
Hoje eu tive aquele sentimento. Aquele frio na barriga, um aperto bem na boca do estômago. Sentimento que eu tenho tentado evitar há algumas semanas. Em vão. Hoje eu realizei, finalmente, que estou só. De certa forma, eu escolhi ficar sozinha. E não me arrependo dessa escolha. Por outro lado, as consequências dessa decisão, que eu tentei evitar a todo custo, por muito tempo, adiando a cada dia, a cada minuto possível dar esse passo estão presente agora, hoje, no aperto no meu estômago.
Há dias eu me pergunto "e agora? Qual o próximo passo? Como eu saio daqui?" e ainda não encontrei uma resposta. Tudo o que eu faço é remoer, lamentar, repetir. Me masturbo mentalmente todos os dias, nem que seja um pouquinho. Penso, reflito, mas não concluo. Minha mente roda, vai e volta, meu coração continua ali, parado, batendo só por hábito, por falta de algo melhor pra fazer.
Olho pra trás, pra quando eu não me sentia assim, quando bater não era só uma rotina pro meu coração e lamento profundamente não ter dado certo. Busco as pedras no caminho, pra saber onde eu tropecei, mas acabo me esquecendo que os caminhos mudam. Sinto como um fato tropeços à minha frente, lastimo não saber quando e nem quais serão. Mas pacientemente espero. Espero a renovação da angústia, sua transformação: de 'estar sozinha' pra 'qual será o próximo erro'. Porque é disso que sou feita. De angústia, ansiedade, expectativa. E, principalmente, de paixão. Espero ansiosamente pra me pôr em prática, pra me apaixonar na vida real. Aguardo impaciente os meus erros futuros. Já ando agachada, colecionando pedras. Já prevejo as escoriações e já até comprei band-aids. Porque de paixão são feitos os machucados que nós não queremos ter. E, já que sou assim, apaixonada, sou, também, eternamente ferida.
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